candomblé
A idéia de possessão não diz respeito somente aos cultos afro-brasileiros; aqui no Brasil esse fenômeno se representa em diversos cultos de princípios religiosos. Não é necessário ser umbandista, ou fazer parte do candomblé para viver num mundo onde vagam espíritos que são cultivados. A possessão ao contrário do que parece e do que se pensa, não é coisa do outro mundo; faz parte da cultura brasileira.
É importante ressaltar que a estranheza frente à possessão é significativa. Torna-se aguda a diferença entre uma pessoa em seu estado normal e em possessão. O contraste entre os dois momentos, seja na umbanda, no candomblé ou no espiritismo, explicita um passado assustador.
As dificuldades com os cultos de possessão não ficaram apenas no plano religioso. O Estado, combatia os cultos, as ‘macumbas’ , particularmente, na era Getúlio Vargas, mas antes dessa época o povo já se preocupava com o problema e estudava os cultos afro-brasileiros, muitas vezes adotando posturas pouco simpáticas em relação ao tema.
A umbanda trata a possessão como algo benéfico; ao invés de expulsar as entidades do outro mundo, consideradas maléficas por outro culto, aprendem a conviver com elas. Aqui, ao invés de termos como santos ou demônios, temos muitos seres que têm suas características e não podem ser reduzidos apenas a um nome.
Os umbandistas são, portanto, súditos de vários senhores e