Cancer de vulva
O câncer da vulva é relativamente raro, representa cerca de 5% de todos os cânceres ginecológicos e menos de 1% de todos os novos cânceres nas mulheres. As mulheres brancas são mais afetadas do que as de outras raças. A forma invasora da doença costuma ocorrer em mulheres após a menopausa, com idade acima de 50 anos, sendo que 50% se apresentam com 70 anos ou mais no momento do diagnóstico. Entretanto, essa neoplasia pode acometer pacientes mais jovens, sendo descritas séries com 12% a 15% dos casos antes dos 45 anos. A disseminação da neoplasia invasora pode ocorrer nos tecidos adjacentes ao tumor primário, por embolização para linfonodos regionais, usualmente inguinais superficiais e profundos e eventualmente pélvicos; e mais raramente pela via hematológica, atingindo pulmões, fígado e ossos. O fator prognóstico mais importante é o acometimento dos linfonodos regionais. A sobrevida pode chegar a 90% quando os linfonodos são negativos, independente do estádio inicial, sofrendo redução para 25% a 60% quando estes linfonodos são positivos. O pudor, principalmente nas classes sociais menos favorecidas, pode retardar a procura do médico pela paciente. Em alguns casos, pode ocorrer também falha na avaliação, quando o tumor está em sua fase incipiente. Nos países em desenvolvimento, o diagnóstico freqüentemente é feito em estádios mais avançados, chegando a 84% dos casos nos estádios III e IV. Nos países desenvolvidos o diagnóstico nos estádios III e IV oscila entre 18,5 e 49% e, no Brasil, a descoberta de casos nos estádios III e IV ocorre em 36% a 57% das pacientes.
2. FISIOPATOLOGIA A VIN é um diagnóstico histológico, por isso obriga sempre à realização de biópsia. Inicialmente, as lesões de VIN, por analogia à neoplasia intraepitelial do colo do útero, foram divididas em três graus: VIN I, quando as atipias celulares se limitavam ao terço inferior do epitélio; VIN II, quando as atipias celulares estavam confinadas aos