Camões e a mulher

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A Influência de Petrarca (Humanista Italiano)

O petrarquismo é uma atitude tomada pelo poeta perante a mulher amada: esta é vista como fonte de perfeição moral, despertando nele uma espécie de Amor Platónico e impossível.
Esta mulher ideal apresenta um determinado tipo de beleza: longos cabelos de oiro, ondulados, olhar brando e sereno, riso terno e subtil, gesto manso, pele branca, rosada e delicada, lábios vermelhos e olhos claros e cintilantes.
A mulher presente nos textos líricos de Camões obedece, regra geral, às normas da beleza Petrarquista. À perfeição física, de inspiração claramente platónica, corresponde uma dimensão espiritual irrepreensível: inteligência, comedimento, bom senso e sociabilidade são caraterísticas do retrato camoniano da mulher. Como resultado desta imagem feminina, dever-se-á referir que esta mulher exerce um poder mágico e transformador sobre o amado ou até sobre a própria natureza.

Dois géneros de Mulher em Camões

Na poesia de Camões, estão presentes dois tipos de Mulher.
Uma é a mulher intocável, misteriosa, sempre ausente mesmo quando presente. É perante esta que o poeta se coloca de joelhos em atitude de vassalagem e adoração, pondo-a num “pedestal”, idolatrando-a e divinizando-a. A mulher é para ele o objeto por excelência do homem. Nada tem de comum com ele: é uma representação que se põe diante dele. Ela é a beleza, com os seus cabelos de ouro, o seu gesto sereno, a sua alegria grave, a sua harmonia pura e exata, que dá sentido à Natureza. É inacessível e intocável. O seu sorriso é impessoal. É a conceção platónica do Amor ideal e inacessível.
A segunda, é a Mulher terrena, real, atraente, pela qual o homem se sente muito atraído. É a Mulher deste mundo, carnal, que o poeta viu morrer à sua frente num naufrágio sofrido entre a Índia e Macau; é a mulher que o poeta viu na corte de D. João III, pela qual se apaixonou mesmo sabendo da impossibilidade de a conquistar por razoes de ordem social.

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