Camponês
Os jovens e adultos trabalhadores lutam para superar suas condições precárias de vida (moradia, saúde, alimentação, transporte, emprego, etc) que estão na raiz do problema do analfabetismo. O nome Educação de jovens e adultos resume bem o conceito desse modelo de educação que antes tomava o nome de educação de adultos, mas que de fato, observamos que os estudantes são majoritariamente jovens trabalhadores.
O analfabetismo é a expressão da pobreza, conseqüência inevitável de uma estrutura social injusta. Seria ingênuo combatê-lo sem combater suas causas. Portanto conhecer as condições de vida dos trabalhadores, sejam elas as condições objetivas (já citadas antes, como o salário, o emprego, ou no caso da educação do campo as relações de trabalho camponesas, e sua condição econômica) sejam as condições subjetivas como a história de cada grupo, suas lutas, organização, conhecimento.
O analfabetismo é a negação de um direito aos trabalhadores, ao lado da negação de outros direitos. Então combater o analfabetismo é, primeiramente, combater os problemas sociais da classe oprimida. Analfabetismo é uma questão de política.
A educação brasileira hoje transcorre de maneira a maquiar o real problema no processo de ensino e aprendizagem, a “educação bancária1”. Paulo Freire nos dá uma noção exata da conjuntura em que estamos, em se tratando dos aspectos pedagógicos:
“Na visão “bancária” da educação, o “saber” é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais da ideologia da opressão – a absolutização da ignorância, que constitui o que chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual se encontra sempre no outro.” (Freire, Paulo. Pedagogia do Oprimido).
Esta “educação bancária” ainda se perpetua e penetra nas nossas instituições de ensino. Na pedagogia convencional, no processo de escolarização formal esta forma de educação é o