Camila de Souza
Autora: Silvia Bittencourt
'' A cozinha venenosa portanto, é o primeiro livro a recuperar e contar em detalhes a história do combatente vespertino Münchener Post. Da primavera de 1920, quando começou a falar de Hitler, a 9 de março de 1933, dia em que a redação foi destruída, o Post não fraquejou em sua campanha contra o futuro ditador, denunciando por mais dez anos os métodos e planos do líder nazista. Hitler odiava a publicação e chamava de Münchener Pest, peste de Munique,ou de Giftküche, cozinha venenosa. ''Cozinhar, no jargão da imprensa, é reescrever um texto já publicado. No caso do Post, Hitler dizia que o jornal ''preparava'' seus textos com ''veneno''- ou, como gostava de afirmar, com ''inverdades'' e ''difamações''. Foram suas palavras, porém, que de fato envenenaram a Alemanha nos atormentados anos 1930.'' Pág 12 e 13
''... o Post tornara-se conhecido em todo país por sua luta incansável contra os nazistas. Esteve atento a Hitler, desde que o ex-cabo austríaco começou a fazer, em 1920, inflamados discursos nacionalistas nas cervejarias de Munique. Passou a segui-lo obsessivamente, sempre de maneira crítica. No início daquela década o jornal parecia se recuperar da crise econômica imposta pela Primeira Guerra e chegou, em sua melhor fase, a rodar tiragens de 60 mil exemplares, com 12 páginas diárias. O crash de 1929, entretanto, pôs tudo a perder, e em 1933 a situação havia se agravado ainda mais.'' Pág 16
''... , o Post denunciava os recentes ataques promovidos por grupos da SA contra sindicatos e sindicalistas nas cidades de Breslau e Goslar. Também dava prosseguimento à série '' Os atos heroicos das tropas hitleristas'', título irônico para as notícias curtas que publicava diariamente sobre atos de violência das tropas nazistas em todo o país.'' Pág 17
''Goldschagg trabalhava em um texto, quando começou a ouvir uma gritaria vinda do prédio do jornal Bayerischer Kurier,