CAMB
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
2.3.1 Da antiga Quinta e Chalet de Miramar, ao Centro de Arte Manuel de Brito
Polycarpo Pecquet Ferreira dos Anjos (1846-1905), segundo filho de Flamiano
José Lopes Ferreira dos Anjos e de Leonor Magdalena Caetana Pecquet dos Anjos 1, reconhecido empreendedor e capitalista, pertencente à melhor burguesia lisboeta e, mais tarde, Par-do-Reino, mandou erguer em Algés entre 1880 e 1886, precedida pela fase de aquisição dos terrenos entre 1875 e 1880, onde atualmente se encontra a Alameda
Hermano Patrone, a propriedade de veraneio da família, a que chamou Quinta de
Miramar.
Durante o período de construção da edificação principal – Chalet de Miramar, embora sem autoria nem data comprovada de construção2, o foco de atenção por parte da população local, incidiu de imediato sobre a obra, gerando imensa especulação e curiosidade. Até mesmo por importantes investigadores o imóvel era notado, como atesta Pinho
Leal, “ (…) anda em construção uma sumptuosa e elegante casa de um outro Senhor
Anjos, rico negociante e capitalista de Lisboa, que tem aqui uma grande quinta3 ” pois, não nos podemos esquecer, que se tratou da “(…) primeira edificação grandiosa constituída de raiz, na zona Ribeirinha de Algés, com caracter de residência de veraneio
(…) até então as casas usadas para veraneio (…) resultavam da adaptação de vetustas edificações construídas para outros fins, integradas em quintas, em que, por vezes, se coadunavam os jardins e pátios (destinados ao recreio) à zona de produção hortofrutícola4.
Desde cedo, a quinta sofreu alterações nos seus limites, tendo a primeira desanexação parcelar ocorrido em 1928. O impulso urbanizador da baixa de Algés, conjugado com a morte de Polycarpo Anjos em 1905, e com as profundas alterações a
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ANTUNES, Alexandra de Carvalho, “Polycarpo Pecquet Ferreira dos Anjos (1846-1905): proprietário,