(CALVINO, Italo) Por que ler os clássicos
Texto: POR QUE LER OS CLÁSSICOS (CALVINO, Italo)
Italo inicia o texto ressaltando uma recorrente preocupação ou hipocrisia na utilização da palavra “releitura”, por isso deixa bem clara a ideia de que mesmo que a lista de leituras “de formação” seja extensa, sempre existirá um número considerável de obras que não foram lidas pelo indivíduo e isso não deveria ser motivo de vergonha.
Em seguida, compara a relativa diferença entre a leitura feita na juventude e a realizada em uma fase mais madura. Isso porque na maturidade a leitura é acompanhada de uma bagagem cultural e de significância mais extensas, resultado da própria vivência, contextos sociais e históricos conhecidos ou estudados. O autor dá a leitura na juventude papel de formação, como modelo de comparação de valores e paradigmas; enquanto que a leitura em um período de maior maturidade mais se assemelha a um reencontro com mecanismos já utilizados anteriormente e eventualmente esquecidos.
Ainda se tratando deste assunto, argumenta que, assim como sob uma perspectiva diferente a interpretação sobre uma livro pode mudar, nós mudamos, e a relação que se dá entre os dois atores em questão é um “acontecimento novo”(pg. 11). O que sustenta justamente a principal ideia trabalhada no texto: por que ler os clássicos? “Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer” (pg . 11). Isso é, toda nova leitura que fazemos de um livro pode apresentar aspectos novos que antes não foram notados por diferença de contexto, enfoque e objetivo ou até mesmo por desatenção. Informações que podem ser restringidas ou até esquecidas caso recorra-se a bibliografia, introduções que delimitam por si só o recorte retratado pelo autor. É este o argumento que motiva Calvino a recomendar que as pessoas sempre releiam os clássicos e livros que foram marcantes na juventude do individuo. Por clássico, o autor caracteriza a importância que tem o livro frente a outros que também são entendidos como