Calvino 500 anos
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Calvino 500 Anos (Livro Parte ll)
Introdução a Teologia / Prof. Isaias
Itanhaém
2013
Viviamos a erosão do ideal da cristandade ou “corpus christianum”, a sociedade coesa sob a liderança da igreja e dos papas. A religiosidade era meritória, com missas pelos mortos, crença no purgatório e invocação dos santos e Maria. Ao mesmo tempo, havia grande ressentimento contra a igreja por causa dos abusos praticados e do desvio dos seus propósitos. Isso é ilustrado pela situação do papado no final do século 15 e início do século 16. Os chamados papas do renascimento foram mais estadistas e patronos das artes e da cultura do que pastores do seu rebanho. A instituição papal continuou em declínio, com muitas lutas políticas, simonia, nepotismo, falta de liderança espiritual, aumento de gastos e novos impostos eclesiásticos. Como papa Alexandre VI (1492-1503), o espanhol Rodrigo Borja foi um generoso promotor das artes e da carreira dos seus filhos César e Lucrécia; Júlio II (1503-1513) foi um papa guerreiro, comandando pessoalmente o seu exército; Leão X (1513-1521), o papa contemporâneo de Lutero, teria dito quando foi eleito: “Agora que Deus nos deu o papado, vamos desfrutá-lo”.
Com o desabamento de todos os princípios verdadeiros, vindo das escrituras, a igreja católica passou a ser comandada por interesses políticos e por ideais de poder social, porém o mundo encontrava-se em pleno desenvolvimento do conhecimento, com a abertura para camadas mais pobres. Estavamos na era do humanismo, onde diversas ideias de Platão no Neoplatonismo e diversos outros encontravam-se com o cristianismo e passavam a fazer sentido juntos, onde o Verbo Encarnado seria a mesma razão que governa o pensamento dos filósofos gregos(Logos)e a carreira de mestre passou a ser muito valorizada, o Homem passou a ser o centro de tudo