Calvin e o Imperativo Categórico

Calvin e o Imperativo Categórico

“Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.”
(Kant. Fundamentação da metafísica dos costumes. Tradução de Paulo Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 224).

Immanuel Kant, um filósofo alemão, procurou sempre definir uma lei universal que regeria as ações dos homens e mulheres para que a humanidade pudesse viver em harmonia. Partindo do pressuposto de que o homem “não é uma tábula-rasa”, e sim com uma razão prática. Entende-se como razão prática é que, desde que nascemos, podemos saber, ou ter grande noção, do que é certo e errado em diversas situações quotidianas. Assim, foi criado o conceito de “Imperativo Categórico” (“imperativo”, por se tratar de um dever moral e “categórico” pois atinge a todos os indivíduos).
Este, por sua vez, definiria como todas as decisões humanas seriam tomadas, no sentido de acioná-las ou não. Na visão de Kant, uma decisão só deveria ser adotada, isto é, levada adiante, caso, após uma deliberação, fosse decidido que esta seria uma decisão harmoniosa se todo o mundo decidisse tomá-la da mesma forma. Em conseguinte, Imperativo Categórico é agir de tal modo que não houvesse melhor [modo] e que todos deveriam fazê-lo, nas situações respectivas, a tal “lei universal”.
No quadrinho de Calvin “A vingança da babá” (Bill Watterson. Editora Best News, 1997, v. I p. 78), ele faz uma referência a Nicolau Maquiavél quando diz que “os fins justificam os meios”, abrindo mão de toda a ética (como ele próprio diz) e não se preocupando com o que os outros acham certo ou não, ou o que é necessário para se atingir o objetivo, caminho contrário ao do imperativo categórico. Mesmo tendo noção do que é certo e errado, o personagem, contrariando a filosofia kantiana, decide por não aderir às leis universais e exalta que a força é a principal forma de se atingir objetivos, formando os “vencedores que escrevem a história”. Porém, quando seu amigo Haroldo,