Caixa de escrita
Japão, século XIX
Madeira revestida a laca roiro, hiramakie negro, vermelho, ouro e prata, takamakie, togidashie e sumie togidashie
24 x 22 x 4,3 cm
Proveniência: Sir Trevor Lawrence.
Lisboa, Museu Calouste Gulbenkian, inv. n.º 1350 As suzuribako eram caixas de laca decorada que se destinavam a guardar todos os instrumentos de escrita, a saber, a pedratinteiro, o recipiente para a água com goteira, um ou mais tabuleiros para colocar as espátulas e respectivo suporte, assim como pincéis e a faca de papel.
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Fazendo um breve enquadramento histórico e geográfico, é indispensável referir a íntima ligação
da laca ao Extremo Oriente já que é obtida de árvores que crescem apenas no Este e Sudeste Asiático.
Os primeiros artigos em laca foram produzidos na China, sendo logo copiados na Coreia e no Japão, embora com diferenças consideráveis. As lacas chinesas são, geralmente, escavadas e lacadas em tom vermelho; as coreanas distinguemse pelos embutidos de madrepérola em laca preta, castanha ou vermelha; já as japonesas estão ligadas ao uso de diferentes técnicas de dourar makie.
Makie (“desenho polvilhado”) é a designação genérica para indicar várias técnicas interligadas, mais concretamente, hiramakie, takamakie e togidashie, que se baseiam no desenvolvimento de um desenho através do polvilhamento de pós metálicos ou coloridos sobre uma superfície de laca fresca.
Iremos, mais à frente, descrever melhor as diferentes técnicas .
Para melhor entender e contextualizar a caixa de escrita que aqui analisamos, convém olhar para os factores que tornaram tão distinto o período Edo (16151868) ao qual ela pertence.
Tokugawa Ieyasu assume o título de xogum, em 1603, dando origem a uma nova geração de líderes após um largo período de guerra civil. Com ele, a posição adquiriu, pela primeira vez, um
carácter