Caixa 2
Caixa dois é uma expressão criada para identificar o dinheiro não contabilizado, e muito menos declarado aos órgãos de fiscalização responsáveis. A banalização do uso do caixa dois como forma de burlar o grande número de impostos e taxas aos quais os brasileiros são submetidos, faz dessa prática um hábito em todos os âmbitos. Os pequenos comércios (açougues, mercados), sindicatos, prestadores de serviços (advogados, médicos, dentistas) e políticos em suas campanhas fazem uso dessa prática ilícita para escapar dos impostos. O caixa dois é ainda utilizado pelo crime organizado, na lavagem de dinheiro. A não emissão de nota fiscal pelo estabelecimento comercial, ou a emissão com valor menor ao valor real da venda também são sinais da utilização do caixa dois.
A prática do caixa dois fez surgir novos personagens ao contexto nacional, como os “doleiros” e “laranjas. Os doleiros entram em cena quando o dinheiro proveniente do caixa dois é enviado para o exterior, para um dos paraísos fiscais existentes. Já “o laranja” entra em cena quando o montante de origem ilícita não é enviada para o exterior. O laranja geralmente é uma pessoa simples, por vezes semianalfabeto, que empresta os documentos (RG, CPF) para a abertura de contas em bancos ou até de empresas fantasmas, nas quais o dinheiro possa ser depositado ou “investido”, de forma que possa ser movimentado sem ser rastreado pela Receita Federal. O laranja recebe um pequeno pagamento pelo empréstimo de seus documentos, sem fazer ideia de que esta sendo cúmplice de um crime.
O objetivo desta pesquisa é apontar as manifestações políticas mais frequentes do caixa dois, para fim deste trabalho, a ação cidadã também será entendida como política, assim estudaremos, também, recursos obtidos através da política como licitações e suborno, campanhas de candidaturas políticas, projeto de obras superfaturadas, desvio de verbas de secretárias publicas, as famosas ONG´s, notas superfaturadas de compra e venda,