Caio prado jr
A Europa deixará de viver recolhida sobre si mesma para enfrentar o Oceano. O papel de pioneiro nesta nova etapa caberá aos portugueses. Enquanto holandeses, ingleses, normandos e bretões se ocupam na via comercial recém-aberta, os portugueses vão mais longe, procurando empresas em que não encontrassem concorrentes mais antigos e já instalados. Descobrirão as Ilhas (Cabo Verde, Madeira, Açores). Lá por meados do séc XV, começa a se desenhar um plano mais amplo: atingir o Oriente contornando a África. Seria abrir uma rota que os poria em contacto direto com as opulentas Índias das preciosas especiarias.
Atrás dos portugueses lançam-se os espanhóis. Escolherão outra rota, pelo ocidente ao invés do oriente. Descobrirão a América, seguidos de perto pelos portugueses que também toparão com o novo continente. Virão, depois, dos países peninsulares, os franceses, ingleses, holandeses, até dinamarqueses e suecos. Só ficarão atrás aqueles que dominavam no antigo sistema comercial terrestre ou mediterrâneo. Mal situados, geograficamente, com relação às novas rotas, e presos a um passado que ainda pesava sobre eles, serão os retardatários da nova ordem. A Alemanha e a Itália passarão para um plano secundário.
Todos os grandes acontecimentos desta era, articulam-se num conjunto que não é senão um capítulo da história do comércio europeu. Tudo que se passa são incidentes da imensa empresa comercial a que se dedicam os países da Europa a partir do séc. XV.
Os portugueses traficarão na costa