CAI NA REAL
Quando se trata de abandonar o irreal, de voltar-se ao mundo sólido e concreto, caímos na Realidade, em outras palavras, colocamos os pés no chão. Existe, no entanto, uma realidade que pode ser captada pela nossa percepção e outra que pode ser captada de forma mais física, isto é, de maneira mais concreta e objetiva. ´´Muitas ciências especialmente as chamadas ciências humanas trabalham com o conceito de realidade, incorporando-o ao seu jargão característico´´ (DUARTE JUNIOR 1984 p.08) Em cada maneira de coexistência uma nova realidade é vivida.Não é correto falar de Realidade, mas necessariamente de Realidades. Pois a concepção de realidade depende das formas de consciência que ocorrem diante dos objetos. Neste sentido, nota-se que o número de possibilidades do Real aumenta gradativamente, à medida que se analisam os fatos sociais. A Realidade não é algo dado. Ela é construída, forjada no encontro incessante entre os sujeitos humanos e o mundo.Para entendermos melhor a realidade é preciso que também entendamos a ideia de verdade, não esquecendo, principalmente, que a realidade cotidiana é aquela que mais nos influencia.O conceito de realidade como sendo não uma única e verdadeira, mas como sendo múltipla e complexa. Diferentes observadores com diferentes percepções apreenderão realidades diferentes. Exemplo do quadro e do rio. “as coisas adquirirem estatutos distintos segundo as diferentes maneiras da intencionalidade humana” (DUARTE JUNIOR 1984 p.13) Também é apresentado o conceito de que o homem não é mero observador, mas também “construtor” da realidade, ao contrário da posição receptiva que costuma colocar-se no dia a dia.
DUARTE JUNIOR, João Francisco. O que é realidade. São Paulo: Brasiliense, 2004. 10ª edição, 5ª reimpressão (1ª edição: 1984)