Cafe soluvel economia
Enquanto indústrias europeias exportam livremente café industrializado para o Brasil, não há contrapartida para a sobretaxa de 9% que a UE impõe ao solúvel nacional. A grande ironia é que o café industrializado europeu, o torrado e moído consumido aqui, é, em grande parte, produzido com café verde (grão) brasileiro.
O governo permite a importação do café industrializado europeu sem contrapartidas, privilegiando indústrias localizadas no exterior, mas não autoriza empresas brasileiras a importar o grão, a fim de reutilizá-lo como insumo e exportar o nosso solúvel com valor agregado (o chamado regime de drawback). Síndrome de colonizado?
O resultado da barreira tarifária imposta pela UE desde 2006, sob o falacioso argumento de estimular países menos desenvolvidos, levou a produção de solúvel para outras nações da América Latina, da Ásia e da Europa. Como resultado, veio a redução de nossa produção e de nossas exportações, justamente no período de maior aumento do consumo mundial.
As vendas de solúvel brasileiro para o Velho Continente, que chegaram a ser de 25 mil toneladas em 2004, quando éramos o principal exportador mundial, despencaram para 13,7 mil em 2010. Nesse período, países que sequer contavam com uma fábrica passaram a produzir e exportar solúvel.
O Vietnã montou plantas com capacidade para 20 mil toneladas anuais, totalmente voltadas para a exportação. A Colômbia, que produzia 5 mil toneladas anuais de solúvel, montou novas fábricas e agora produz 20 mil toneladas. A Índia, que contava com rudimentares fábricas e praticamente não consome café, instalou um moderno parque que hoje produz 40 mil