Caetano dantas, fundador de carnaúba?
Helder Alexandre Medeiros de Macedo[1]
O leitor pode estranhar o porquê do título deste texto vir entre aspas. Trata-se de uma citação direta do livro O Coronel de Milícias Caetano Dantas Correia: um inventário revelando um homem (Natal, CERN, 1977, p. 43), de autoria de dom José Adelino Dantas. Há mais de trinta anos o prelado fazia-se a mesma pergunta que, hoje, enche minha caixa de email vinda de estudantes da rede pública e privada, além daqueles que estão se preparando para prestar as provas do Concurso Público da Prefeitura Municipal de Carnaúba dos Dantas, a ser realizado em meados de dezembro de 2010. Estes últimos, não bastasse as capciosas indagações via correio eletrônico, ainda me param na rua ou na escola e têm o cabimento de perguntar, preocupados com uma possível questão de história local nas provas do concurso: Quem fundou Carnaúba? Foi Caetano Dantas? Ou foi Antonio Dantas de Maria? O fato de inquirições como essas ainda perdurarem em Carnaúba dos Dantas é sintomático da falta de desconhecimento, por parte do grande público, de pesquisas recentes realizadas sobre a história local, sobretudo aquelas que venho desenvolvendo há quase vinte anos, cujos primeiros resultados, além de textos e artigos esparsos, foram publicados num livro que organizei – Ritmos, sons, gostos e tons do Patrimônio Imaterial de Carnaúba dos Dantas (Caicó, Netograf, 2005), que teve maciça distribuição no cenário local, em especial para os professores da rede pública e privada. O que mais me choca é que, desde então, alguns professores ainda teimam em receitar pesquisas escolares para seus alunos ou montarem questionários onde a pergunta-chave Quem fundou Carnaúba dos Dantas encontra-se em evidência. Tais docentes – perdoem-me por ser franco e rude –, ainda estão lecionando da mesma maneira que faziam os professores dos anos de 1970 e 1980, quando minha mãe e eu, respectivamente, aprendemos que Caetano Dantas Corrêa era o