O brise-soleil, ou quebra-sol, é um elemento arquitetônico cujo conceito foi reelaborado por Le Corbusier, em seu Plano Maciá, para Barcelona. Criado como princípio genérico, não chegou a ser adotado a um edifício específico. Depois das propostas urbanísticas apresentadas por Le Corbusier para Argel, a ideia é retomada, sendo afinal desenvolvida na quinta versão do chamado Plano Obus. Conhecida como Projeto E, uma nova versão que comportava o famoso edifício Brise-soleil, cujo nome decorria do uso de um sistema de proteção contra o sol baseado numa trama de lâminas de concreto integradas à estrutura da fachada, recobrindo seus cinquenta andares. O brise-soleil descende das inúmeras formas de filtragem da luz desenvolvidas pela arquitetura dessa parte do mundo, fortemente marcada pela presença árabe: muxarabis, rótulas, varandas, combogós, rendilhas, treliças e ripados. São elementos que Le Corbusier assimila, revelando um crescente fascínio pelo ambiente caloroso e sensual da região. Projetar em países tropicais exige muitas vezes protetores solares. Niemeyer utiliza o brise-soleil criado por Le Corbusier. Inicialmente dentro dos padrões técnicos sugeridos pelo mestre francês. Já no seu primeiro projeto individual construído, a Obra do Berço, percebe-se o uso do brise móvel vertical articulando a fachada principal. Gradativamente Niemeyer redesenha o brise, assim como o faz com os pilotis, atribuindo-lhe outros valores estéticos, superando os aspectos ligados apenas a luminotécnica. Os projetos com o uso do brise na arquitetura brasileira deveriam levar em consideração as diferenças regionais e as necessidade de contextualização. Os seguintes elementos se tornaram característicos de controle e modulação da luz natural: o brise-soleil, painéis móveis como persianas, venezianas, treliças, toldos, entre outros, grelhas, cobogós ou elementos vazados, o beiral sombreador, o pátio interno, o pergolado, a luz zenital controlada. Desuso do brise na arquitetura