Caeiro e Campos
A seleção dos poemas se deu, pois ambos delineiam traços determinantes dos poetas.
No caso de Caeiro é perceptível pela análise do poema sua posição contrária a abstração, ele é um poeta que estabeleceu o mundo pela visão externa, e nesse poema a visão é unida à audição e mesmo sendo este último um sentindo que nos permite divagar mais do que a visão, Caeiro se mantém objetivo.
Para tentar fazer o bloqueio o com o “ver”, o que para o autor é o essencial ao ser, a imagem de um muro foi inserida no poema, faz com que o leitor imagine o que ocorre do outro lado desse muro, o leitor do poema é instigado pelo autor a fazer exatamente o que ele se nega a fazer, o uso da imaginação, das suposições, Caeiro é claro quando denota que o supor não garante a existência.
Enquanto estamos imaginando as fogueiras, ele vê a sombra; imaginamos a alegria de uma gargalhada ele a transforma em um reles ruído, bem como os baques dos saltos que remetem o leitor às danças ao redor da fogueira.
Caeiro, neste poema, diz “Porque há S. João onde o festejam”, o que faz com que pensemos que onde é festejado São João existe São João, somos nós quem fazemos com que as coisas existam, para ele é uma noite qualquer, afinal do seu lado do muro, não está sendo comemorada a noite de S. João desta forma, lá não há S. João.
Apesar da natural “claridade” dos poemas de Caeiro, onde as coisas são definidas e descritas no ambiente em que as pode ver, esse poema denota um momento mais soturno, além da escuridão o muro impede