cadernos
Existem cadernos com várias capas, materiais, preços e tamanhos. Os cadernos mais comuns são os de brochura (tamanho reduzido, capa impressa numa única folha, cujo conteúdo é grampeado pelo centro), universitário (maior, com espiral para fixação da folha), capa dura (qualquer caderno cuja capa seja feita de papelão resistente em alta gramatura) e o quadriculado (utilizado por crianças em aulas de matemática e de desenho). Outro tipo de caderno também comum é o de caligrafia, onde a criança aperfeiçoa a escrita e a legibilidade das letras, definindo a maneira mais agradável e correta de se trabalhar caracteres maiúsculos e minúsculos.
Exemplo de Caderno sem linhas
Chegam dias de férias, uma boa ocasião para entrar nesta água, nesta língua escrita pelo Padre Vieira.
Padre António Vieira
Isto a que chamam o meu estilo assenta na grande admiração e respeito que tenho pela língua que foi falada em Portugal nos séculos XVI e XVII. Abrimos os Sermões do Padre António Vieira e verificamos que há em tudo o que escreveu uma língua cheia de sabor e de ritmo, como se isso não fosse exterior à língua, mas lhe fosse intrínseco.
Nós não sabemos ao certo como se falava na época, mas sabemos como se escrevia. A língua então era um fluxo ininterrupto. Admitindo que possamos compará-la a um rio, sentimos que é como uma grande massa de água que desliza com peso, com brilho, com ritmo, mesmo que, por vezes, o seu curso seja interrompido por cataratas.
Chegam dias de férias, uma boa ocasião para entrar nesta água, nesta língua escrita pelo Padre Vieira. Não aconselho nada a ninguém, mas digo que vou mergulhar na melhor prosa e vou desaparecer estes dias. Alguém quer acompanhar-me?
Caderno 2, 8 de abril de 2009
publicado por Fundação Saramago às 16:04 link do post | adicionar aos