Caderno 1

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é um déficit neurológico causado por lesões vasculares como espasmos, embolia ou trombose. Existem dois tipos de AVE: o AVE Isquêmico que ocorre quando não há passagem de sangue para uma determinada área do cérebro, que pode ser causada por uma obstrução no vaso sanguíneo ou redução no fluxo sanguíneo; e o AVE Hemorrágico que ocorre quando um vaso sanguíneo se rompe, extravasando sangue no cérebro, lesando a área afetada (RADANOVIC, 2000).
Pacientes com sequelas de AVE sofrem alterações motoras e comunicativas que interferem em suas atividades de vida diária, esses pacientes encontram dificuldades de realizar e de controlar movimentos. A principal causa desse desequilíbrio motor é a espasticidade, que gera alterações de tônus e de força muscular (CORRÊA, 2005).
A Espasticidade é uma das sequelas mais comuns nas lesões piramidais do Sistema Nervoso Central (SNC), mais especificamente da via córtico-retículo-bulbo-espinhal inibitória. É definida como um fenômeno motor involuntário, que ocorre quando há movimentação ativa ou passiva do músculo, causando um aumento da resistência ao alongamento (hipertonia muscular involuntária) e afeta milhões de pessoas em todo mundo (BOTTE, 1999).
Os mecanismos neurofisiológicos exatos responsáveis pela espasticidade são ainda desconhecidos. Após uma lesão das vias supra-espinhais inibitórias, há uma hiperatividade dos neurônios gama, provocando uma contração do fuso neuromuscular e aumentando a sensibilidade das formações anuloespirais ao estiramento. Assim ocorre uma exacerbação da resposta reflexa miotática perante um estiramento muscular (SULLIVAN, 1993).
As manifestações físicas da espasticidade implicam dores, movimentos involuntários, posturas anormais e resistência ao movimento, o que leva a problemas secundários, a alteração da espasticidade visco-elástico do músculo, contraturas musculares, fibroses