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Autoimmune thrombocytopenic purpura in children: what is our reality?
Angelo AtallaI; Abrahão E. Hallack NetoII
IProfessor Adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora
IIProfessor da Universidade Federal de Juiz de Fora
Correspondência
A púrpura trombocitopênica imune (PTI) é uma patologia comum da infância, usualmente desencadeada por quadros infecciosos virais. A reação viral tipo antígeno-anticorpo pode ser demonstrada em forma aguda da doença, principalmente em crianças após infecção aguda viral, constituindo uma reação cruzada contra os antígenos plaquetários.1 Estudos recentes destacam a participação adicional de uma trombopoiese ineficaz contribuindo para o quadro de trombocitopenia na PTI.2
A forma aguda é de aparecimento súbito e, em geral, evolui em semanas ou meses para cura. Alguns casos são induzidos por drogas ou associados a outras doenças, como lúpus eritematoso sistêmico, agamaglobulinemia, doença linfoproliferativa ou mielodisplasia.3,4 Por tratar-se de doença autolimitada, poucas são as crianças que requerem tratamento, sendo seu adequado entendimento vital para o diagnóstico e condução terapêutica, principalmente nos casos mais graves e secundários a outras patologias.
O diagnóstico de PTI passa pela exclusão de patologias que cursam com trombocitopenia, mas sua abordagem propedêutica ainda é controversa. Embora o mielograma seja o único exame capaz de afastar de maneira definitiva outras patologias próprias da medula óssea, esse nem sempre é indicado.5,6 Delgado e cols.7 utilizam em sua avaliação apenas pacientes submetidos a tal exame, o que reduz o risco de diagnósticos de "falsos casos de PTI" e define critérios bem claros para inclusão e exclusão de pacientes, caracterizando de maneira inequívoca a população estudada.
Poucos são os dados epidemiológicos brasileiros sobre PTI, e o presente estudo responde a importantes