Cabala
Este caráter esotérico do Judaísmo foi mantido em segredo durante muito tempo, inacessível principalmente para as mulheres, destinado apenas ao conhecimento de alguns eleitos. Conforme os mitos hebraicos, esta sabedoria milenar foi revelada pelo Criador a Moisés ou pelo anjo conhecido como Raziel para Adão. Desde então foi sendo transmitida em estilo oral de uma geração para outra. A princípio seus ensinamentos tinham um caráter essencialmente fundamentado na experiência concreta, mas posteriormente eles assumiram uma natureza mais teórica, sob o poder da sabedoria disseminada pelos neoplatônicos e também pelos seguidores de Pitágoras.
A cabala recebeu um impulso notável no período medieval, com o aparecimento do tratado Sefer Yetzirah ou Sheper Bahir, conhecido como Livro da Luz, de teor místico, embora o texto mais remoto sobre esta doutrina seja o Livro da Formação ou Sepher Yetsirah, o qual surgiu antes mesmo do século VI. Nele se postula a crença de que o universo é uma extensão da substância divina.
Os iniciados da Cabala, conhecidos como ‘baale ha-kabbalah-kabbalah’ - possuidores ou mestres da Cabala -, têm o poder de conhecer a verdade mais profunda sobre Deus e o Universo, vendo assim além das aparências. Como afirmam os cabalistas, eles têm a capacidade de enxergar a totalidade, transcendendo os véus que encobrem a realidade maior, ou seja, as sete cortinas que separam o Homem de sua aliança mística com o Divino.
Este corpo doutrinário é composto por símbolos complexos, melhor dizendo, por letras, palavras, números e acentos pertencentes à Sagrada Escritura, os quais supostamente estão impregnados de um significado