BUTLER
Butler é uma filósofa pós estruturalista estadunidense, sendo ela uma das principais teóricas da questão queer, dentre outros assuntos. Ao final da década de 80, envolveu-se “nos esforços de crítica ao estruturalismo presente na teoria feminista ocidental questionando os termos pressuposicionais do feminismo vigente”. (WIKIPEDIA). Segundo Boaventura de Souza, a globalização é “o processo pelo qual determinada condição ou entidade local estende a sua influência a todo o globo e, ao fazê-lo, desenvolve a capacidade de designar como local outra condição social ou entidade rival” (SANTOS, 2004,p 334). Ou seja, a globalização é a influência de um local tido como globalizado, sobre outro não considerado globalizado. Com essa hierarquização que vem junto com a globalização, quem tem poder para dizer quais são as diferenças, pode também ditar quais são as mais relevantes. Diferenças como a classe social, as escolhas feitas e até mesmo a sexualidade. Em relação à exclusão referente a sexualidade, Butler traz a Biologia para o campo sociológico, desconstruindo a oposição entre gênero e sexo. Butler não concorda com a ideia de que só se pode fazer teoria social sobre o gênero, enquanto o sexo pertenceria ao corpo e à natureza. Para Judith, em nossa sociedade globalizada estamos “diante de uma ordem compulsória que exige a coerência total entre um sexo, um gênero e um desejo/prática que são obrigatoriamente heterossexuais”. (PASSOS, 2012). Para por um fim na lógica de que se a criança nasceu com um pênis, é obrigatoriamente um menino e que deverá se sentir atraído por meninas, Butler destaca a necessidade de “subverter a ordem compulsória, desmontando a obrigatoriedade entre sexo, gênero e desejo”. (PASSOS, 2012) “O gênero não deve ser meramente concebido com a inscrição cultural de significado num sexo previamente dado [...] tem de designar também o aparato mesmo de produção mediante o qual os próprios sexos são estabelecidos”. (BUTLER, 2010,