Burocracia segundo pensadores
ADRIAN ALVAREZ ESTRADA*
RESUMO: O presente texto tem por objetivo apresentar um panorama acerca dos estudos e pesquisas sobre as organizações burocráticas, evidenciando suas principais vertentes de análise. A primeira, pautada pelos princípios da “Ciência da
Administração”, buscava aplicar a morfologia burocrática descrita por Weber em uma linha fortemente prescritiva. A segunda vertente pode ser inserida no campo da sociologia das organizações, a partir de uma apropriação funcionalista do conceito de burocracia utilizado nos estudos de Max Weber, originada na leitura funcionalista feita por Parsons. A terceira vertente encontra-se no campo da sociologia crítica, tendo como principais interlocutores Marx e Weber. A primeira referência em linhas gerais é a
Escola de Frankfurt, sobretudo no sentido epistemológico, denunciando que o conhecimento organizacional tradicional (de orientação positivista e funcionalista) estava a serviço da dominação burocrática. Em suas diversas matrizes teóricas
(sobretudo a marxista e a weberiana), essa perspectiva de análise organizacional é essencialmente política. A seguir é feita uma análise, em traços gerais, da escola enquanto organização burocrática, e seu papel de inculcação de ideologias.
Palavras-Chave: Organização Burocrática; Escola; Educação
*
Doutor em Educação pela USP; Professor do Colegiado de Pedagogia da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus de Cascavel. e-mail: adrianalvarez.estrada@gmail.com
Introdução
Os estudos sobre as organizações burocráticas podem ser divididos – historicamente – em três principais vertentes.
A primeira, pautada pelos princípios da “Ciência da Administração”, buscava aplicar a morfologia burocrática descrita por Weber em uma linha fortemente prescritiva. Através do ideal da “reforma administrativa”1 tem origem na aplicação de um padrão de burocracia mecanicista que deveria substituir formas pré-burocráticas