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A política comercial brasileira pode ser considerada como resultante da interação de fatores internos e externos. Este estudo concentrará a atenção nos condicionantes externos, embora na seção final sejam considerados cenários quanto a condicionantes internos e externos. Os fatores externos que condicionam a política comercial brasileira podem, algo artificialmente, ser classificados como de dois tipos: os que resultam de negociações multilaterais, regionais ou sub-regionais em que o Brasil esteja envolvido diretamente; e os que decorrem de negociações entre parceiros brasileiros que tenham implicações importantes sobre interesses econômicos do país mas das quais o Brasil não participe. A capacidade de o governo brasileiro interferir diretamente com sucesso para flexibilizar as restrições externas oriundas de negociações em que não esteja diretamente envolvido é nula, restando apenas a possibilidade de tentar adotar iniciativas que cancelem as consequências desfavoráveis originais.
Condicionantes Internos da Política Comercial
A consideração, mesmo que sumária, dos condicionantes internos à política comercial é necessária, pois na seção final serão combinados cenários relativos a restrições internas e externas para discutir alternativas à política comercial brasileira em prazo mais longo. Entre os fatores internos que condicionam a política comercial brasileira, podem ser mencionados como mais relevantes os relativos ao que se poderia chamar de economia política da proteção, a aspectos macroeconômicos e a fatores estruturais. Estes últimos podem estar relacionados tanto a deficiências competitivas internas às empresas (como, por exemplo, incapacidade de inovar) quanto a ineficiências relativas a fatores externos (como infra-estrutura).
A economia política da proteção reflete não apenas o poder de barganha setorial diferenciado, que a experiência brasileira tem demonstrado ser distribuído de forma muito heterogênea entre setores, mas também o