Bullying

INTRODUÇÃO

O ambiente escolar pode ser considerado como uma fonte, direta e constante, de influência no desenvolvimento das crianças na medida em que elas passam boa parte de sua vida na escola. Conforme Tavares (2011), a escola é um dos contextos sociais voltados ao estímulo das habilidades intelectuais e sociais, além da aprendizagem de importantes conhecimentos produzidos pela sociedade. Assim, a escola constitui espaço privilegiado de ensino/aprendizagem bem como de interação social. Entretanto, as interações sociais na escola não acontecem apenas de forma positiva. No âmbito escolar estão envolvidos os mais variados atores da sociedade gerando um contexto heterogênio, plural e complexo e, abrindo espaço para que a escola seja também palco de manifestação da violência. Essa é, portanto, uma temática que tem sido alvo de preocupação crescente, especialmente nas últimas décadas seja por parte de educadores quanto pela comunidade científica. Dentre os diferentes tipos de violência existentes no ambiente escolar, quer verbal, simbólica, racial, psicológica ou outras, há uma que tem despertado atenção: o fenômeno conhecido como bullying. Tal despertar ocorre devido aos elevados riscos que essa forma de violência acarreta para vítimas e agressores, sendo considerado um problema de saúde pública (Fante, 2005; Lopes Neto, 2005). Bullying é um tipo específico de violência entre pares, caracterizado como abuso de poder continuado ao longo do tempo, com a clara intenção de afligir, intimidar e agredir outra pessoa no convívio permanente em locais coletivos, ocorrendo preferencialmente, mas não exclusivamente, na escola (Tavares, 2011). É considerado um forte fator de interferência negativa para o desenvolvimento, uma vez que desorganiza as referências pessoais das pessoas envolvidas (autoestima, autoimagem, autoconceito). Lopes Neto (2005) assinala que quanto mais jovem for a criança frequentemente agredida, maior será o risco de apresentar