Bulimia Nervosa
Apesar de conhecida como entidade nosológica isolada da anorexia nervosa (AN) somente no final dos anos de 1970, a Bulimia Nervosa (BN) se estabeleceu como um transtorno alimentar marcante dentre as patologias desse grupo. E, ao contrário do que ocorre com a AN, que tem vasta literatura referente aos seus diversos aspectos, poucos são os dados disponíveis para BN.
A faixa etária de maior incidência para BN está entre 18 e 23anos em mulheres, observando-se início um pouco mais tardio para homens (20 a 25 anos). Os homens tendem a apresentar mais antecedentes de obesidade, pois parecem estar menos preocupados em manter ou controlar o peso e sua imagem corporal do que as mulheres. Porém com os novos padrões de estética masculina, é possível que ocorram alterações no aparecimento do número de casos de homens com esse tipo de transtorno.
O termo bulimia nervosa só foi introduzido recentemente (1979) na literatura médica por Gerald Russel, e é utilizado para descrever um transtorno mental de ordem alimentar, caracterizado pela perda (real ou imaginária) de controle em relação à comida.
A BN manifesta-se por meio de episódios de ingestão exagerada de alimentos (binge eating), ou seja, consumo de qualidade de comida definitivamente superior àquela que a maioria das pessoas comeria em um período similar, em circunstâncias semelhantes. Em média são ingeridas 2.000 a 5.000 kcal por episódio, acompanhado de sensação intensa de perda de controle, culpa e vergonha. Esses episódios de voracidade podem ser seguidos métodos compensatórios purgativos, como vômitos auto-induzidos, abuso de laxantes ou diuréticos, enemas, além de períodos de jejum prolongados e excesso de atividade física.
É frequente o indivíduo acreditar que pode eliminar 100% do que foi ingerido por meio dos comportamentos compensatórios, que podem desenvolver-se partir de conversas com amigos (muito frequente no caso de adolescentes), ou partir de livros, filmes e até mesmo sites da