BUENO J
EDUCACIONAL E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES: GENERALISTAS OU
ESPECIALISTAS?
José Geraldo Silveira BUENO (*)
Introdução
Desde a Declaração de Salamanca, em 1994, passou-se a se considerar a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais em classes regulares como a forma mais avançada de democratização das oportunidades educacionais, na medida em que se considerou que a maior parte dessa população não apresenta qualquer característica intrínseca que não permita essa inclusão, “ a menos que existam fortes razões para agir de outra forma” .(p.
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A perspectiva da integração de crianças com necessidades educativas especiais no ensino regular não é nova. Já na constituição do Centro Nacional de
Educação Especial - CENESP, do Ministério da Educação e Cultura - MEC, em
1974, a orientação se voltava para a integração:
Os alunos deficientes, sempre que suas condições pessoais permitirem, serão incorporados a classes comuns de escolas do ensino regular quando o professor de classe dispuser de orientação e materiais adequados que lhe possibilitem oferecer tratamento especial a esses deficientes. (BRASIL.MEC.CENESP, 1974, p. 20)
O que então diferencia a integração da inclusão, na medida em que tanto uma quanto outras priorizam a incorporação de crianças com necessidades educativas especiais pelo ensino regular? A inclusão nada mais é do que a integração travestida de moderna?
(*) Professor Titular do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História,
Política, Sociedade, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e do Mestrado em
Educação da Universidade São Francisco.
Embora as duas perspectivas tenham como norte a incorporação dessas crianças pelo ensino regular, existem diferenças de fundo, expressas, pelo menos, por dois aspectos fundamentais.
A integração tinha como pressuposto que o problema residia nas características das crianças excepcionais1[1], na medida em que centrava toda a sua