brucelose
Desde o tempo de Hipócrates, em 450 a.C., era reconhecido um tipo de febre, que se caracterizava por remissões regulares completas ou interrupções.
Em 1860, na ilha Mediterrânea de Malta, o assistente de cirurgia, Marston, elaborou a primeira definição clínica moderna da Brucelose, a que chamou febre remitente gástrica Mediterrânea.
Ainda na ilha de Malta, em 1887, o médico militar escocês David Bruce imortalizou-se quando, juntamente com Carrauna-Secluna, isolou e realizou culturas de um microrganismo, extraído do baço de quatro doentes, que teriam morrido de brucelose – Micrococcus.
Em 1896, na Dinamarca, Bernhard Bang e Stribolt demonstraram que o aborto epizoótico das vacas era provocado por um bacilo, batizando a doença assim manifestada por doença de Bang.
A designação de Febre Ondulante vigorou desde 1897, proposta por Louis Hughes, até ao aparecimento definitivo do termo brucelose. Hughes estabeleceu o nome da espécie – melitensis – quando isolou Micrococcus melitensis do tecido cerebral.
Etimologicamente o nome da espécie derivou de Melita (mel), o nome romano para a ilha Malta. No mesmo ano, Wright e Smith detectarem anticorpos do Micrococcus melitensis em humanos e em animais, através de testes de aglutinação, sugerindo um potencial zoonótico de transmissão
A necessidade de estudar a doença, assim como o seu meio de transmissão, levou à formação da Comissão da Febre Mediterrânea em 1904 , com Bruce como dirigente. Faziam ainda parte desta comissão, individualidades como o bacteriologista Themistocles Zammit e William Horrocks, que em pouco tempo também contribuíram significativamente para o conhecimento que temos hoje sobre esta patologia.
Em 1905, Zammit, juntamente com Carrauna-Secluna, procederam ao isolamento de Brucella no sangue de cabras, estabelecendo um dos princípios epidemiológicos mais importantes da patologia infecciosa: o princípio zoonótico, que valorizava o papel dos animais na transmissão da infecção