Bronka
A mesma lentidão vale para o terreno de pesquisa que pretende unir “música e emoção”. A pesquisa da cognição musical avançou bastante em áreas como a percepção e mesmo performance. Por exemplo, contamos hoje com modelos bem mais sofisticados para o entendimento dos processos rítmicos. Mas a pesquisa cognitiva quase nunca quer se associar à empreitada da emoção.
Há também, um alerta histórico disparado contra o poder alienante da emoção em música. A emoção musical como grande mercadoria dos nossos tempos, como mola propulsora da industria cultural, e portanto, como território do mal, capitalista, behaviorista, fascista, entre outros. O que diria Adorno?
Mas hoje há maneiras de “enxergar” o cérebro fazendo seu nobre trabalho. Há inclusive uma teoria, segundo a qual a música contaria com redes neuronais próprias, não compartilhadas por outras atividades, tais como a linguagem.
Se tal for o caso, ganha força a hipótese de uma realidade biológica (herdada) para a música – independentemente da inserção social e cultural. Cresce o interesse pelo estudo de casos de amusia – dificuldades congênitas ou adquiridas com relação à música – pois eles permitem avançar no entendimento dessa base neurológica de suporte à atividade musical.
Já é possível reunir especialistas de alto nível em torno do binômio “música e emoção”, buscando cercá-lo com investidas epistemológicas bastante distintas. Por um lado, é sinal desses tempos multidisciplinares. Por outro, uma confissão antecipada da dificuldade de pescar um peixe tão escorregadio.
Em “Music e