brincadeiras que ensinam
“Tia, hoje tem brincadeira? Professora, a gente pode jogar?” - Essas são indagações frequentes no cotidiano da educação infantil e anos iniciais, com as quais os professores já estão acostumados a lidar. Muitas são as reflexões no contexto educacional e psicológico acerca do brincar, e cada vez mais estudos têm se desenvolvido no sentido de entender esta habilidade humana, reconhecida de forma séria e confiável como uma interação social, capaz de promover aprendizagens de diversas naturezas.
Sendo o brincar uma importante ferramenta para o desenvolvimento humano, caracteriza-se como um fenômeno cultural e atemporal, que exerce papel determinante na formação do sujeito e favorece a continuidade de suas experiências de vida. Foi Gilles Brougère (2003), em seus estudos acerca da sociologia da infância, que afirmou que a criança vive de acordo com a sua época, sua cultura e classe social, sendo que sua forma de brincar e de jogar deriva de seu contexto de vida, o qual também é refletido por meio destas ações.
Piaget (1951) classifica o brincar infantil em três tipos diferentes:
O brincar prático - que acontece principalmente dos 06 meses aos 02 anos, sendo de cunho sensório-motor e exploratório;
O brincar simbólico - que ocorre dos 02 aos 06 anos e abrange o brincar de faz-de-conta, de fantasia e a representação de papéis;
O brincar operatório – onde se praticam os jogos com regras, caracterizando as atividades das crianças a partir dos 06 ou 07 anos. Contempla as relações sociais, visto que a regra é determinada pelo grupo, e a falta desta significa “estar fora” do jogo.
Para a criança, brincar é muito mais do que uma simples expressão de contentamento. Está relacionado diretamente à atribuição de significados, valores e vínculos, que são fundamentais para a construção de novas aprendizagens. É um contexto que deixa de ser periférico e predominantemente corporal para se