Brincadeira do Milho Cozido
CD Pandalelê.
A brincadeira do milho cozido tem três momentos: inicia-se com os participantes em fileira, de mãos dadas, formando uma meia-lua. Dois brincantes, um em cada extremidade da fila, fazem um diálogo:
A:- Ei, cumpadre!
B:- Ei, cumpadre, bão?
A:- Bão e a família?
B:- A família tá boa demais. Como é que tá sua horta?
A:- A minha horta tá boa demasi, tá tudo virdim que dá gosto?
B:- Ê beleza, heim? E sua criação de pato?
A:- Minha criação de pato tá muito boa, cumpadre. Cê precisa de vê.
B:- Ê, ai ai, heim? Ah! Tô tendo um monte de coisa, tudo verdim que dá gosto.
A:- Tô sabendo que ocê tá criando pato.
B:- É, tá tudo gordim que dá gosto.
A:- Pra eles ficarem gordim, ocê dá o que de comer?
B:- Dô milho cozido.
A:- E pra beber?
Todos cantam:
Águas do Rio Fon-fon
Da cor de limão
De Nossa Senhora da Conceição.
E de rim-fin-fin
É de rim-fon-fon
É da cor de limão
É de Nossa Senhora da Conceição.
Enquanto cantam, o cumpadre (A) vai 'costurando' a fila. Para 'costurar', ele passa debaixo do braço do primeiro brincante na extremidade oposta, e esta pára de braços cruzados. Depois de passar pela primeira, dá a volta por trás da meia-lua, passa pela segunda, depois pela terceira e assim por diante até que todos fiquem de braços cruzados. Vale lembrar que todos estarão de mãos dadas, portanto, o cumpadre (A) estará sempre puxando os outros, formando uma corda cheia de nós, onde cada um é um nó. Neste momento, depois de todos costurados, retoma-se o diálogo:
A:- Mas essa água então é muito boa!
B:- É sim.
A:- E ocê vai me arrumá um pato desses pra eu fazer um cozido bem bão lá em casa, né?
B:- Claro, ué.
A:- É... Será que ocê num tem uma panela grande pra eu fazer esse cozido, não? B :- Tenho, Ih! Mas ela tá furada.
A:- Mas uma faca boa ocê tem pra me emprestar, né?
B:- Tenho. Ah, mas tá com a ponta quebrada.
A:- Puxa! Mas uma corda, pra eu amarrar umas madeiras que tá