Breve Hist Rico Da Confeitaria No Brasil
A confeitaria nacional se desenvolveu a partir das receitas conventuais portuguesas, que aos poucos foram adaptadas aos nossos ingredientes e clima. As receitas vinham de Portugal, muitas vezes com influências italianas e francesas e aqui sofriam mudanças. Tais mudanças não seriam possíveis sem as primeiras cozinheiras do Brasil: as índias e as escravas, que foram responsáveis também por produzir a riqueza no paladar.
Mas com o fim da escravidão, estrangeiros chegaram ao Brasil, com suas culturas, culinárias e também muda de plantas das terras natais.
Um dos ingredientes fundamentais na confeitaria é a farinha, que representa um universo de usos possíveis para elaboração de diversas receitas.
A farinha era um ingrediente escasso, substituída pela massa de mandioca e as amêndoas pelo coco, apontando já a grande influência africana da nossa culinária. Com o tempo, começaram a surgir receitas novas e originalmente brasileiras, como o quindim-de-iaiá, a cocada, os bolos de mandioca e as broas de milho. Muitas receitas foram desenvolvidas pelas ricas famílias nordestinas, que serviam seus bolos e doces como uma afirmação de status social, para maravilhar os convidados e, por isso, eram secretas, passadas de geração em geração.
O ciclo da cana-de-açúcar teve também papel fundamental, pois havia abundância de matéria prima para a produção de doces. Nos engenhos e fazendas, fazia parte do lazer das sinhás o preparo de doces, bolos e compotas. O primeiro bolo de farinha a se adaptar no Brasil foi o pão de ló, de origem portuguesa, e os doces genuinamente brasileiros foram o pé de moleque, a paçoca, a rapadura, a mãe benta (espécie de broa), a cocada, os quindins de Iaiá, além dos bolos de mandioca.