breve discussao sobre as crises financeiras
1. Introdução
O capitalismo é, portanto, indissociável das crises generalizadas, criadas pelo movimento alternado de expansão do crédito e sua subsequente contracção. Todas as crises financeiras, sem excepção, têm uma mesma causa fundamental: o excesso de liquidez, ou seja, o crescimento do numerário. Crises financeiras são inevitáveis em economias de mercado, tendo em vista: de um lado, os interesses contraditórios entre os níveis de risco e de retorno (sempre opostos) associados às várias opções abertas à aplicação das poupanças individuais e colectivas; de outro, os diferentes mecanismos de regulação institucional existentes no vasto mercado de gerenciamento dessas poupanças. Credores e poupadores desejem obter, para os seus activos, a maior taxa de juros possível, ao passo que devedores e investidores a querem no menor nível possível, sendo que o encontro dessas duas vontades deveria se realizar no mercado. Tal como as outras crises financeiras, a actual crise resulta de uma combinação entre mudanças legislativas, política monetária, relaxamento na supervisão e nos padrões de concessão de crédito, e crescimento do crédito por via dos novos instrumentos. Portanto, pretende-se com este artigo trazer os conceitos básicos que facultarão o entendimento desta discussão, focando numa análise qualitativa das crises financeiras – vistas como processos, bem mais do que como eventos – dos últimos oitenta anos.
São apresentados nas secções seguintes, o quadro analítico das principais crises ocorridas desde 1929, oferece uma visão panorâmica das crises mais importantes dos últimos 80 anos, com base na qual se poderá efectuar uma discussão e análise conceitual da actual crise financeira. Ainda aborda como se sucedeu o contágio desta crise para outras economias do mundo, e particularmente em Moçambique, os impactos da crise para a economia moçambicana.
2. Objectivos
2.1 Objectivo geral
O principal objectivo deste trabalho é fazer uma breve