bretton woods
A ordem monetária internacional instituída pelo Sistema de Bretton Woods era a mais próxima possível ao padrão ouro, em um novo mundo onde os EUA detinham praticamente metade do PIB e 2/3 das reservas em ouro de todo o mundo. Ao mesmo tempo, o sistema tentava corrigir os defeitos mais visíveis do padrão ouro. A regra básica do sistema era que: (i) os EUA se obrigavam a manter a conversibilidade do dólar em ouro a uma paridade fixa, de US$ 35 por onça; e (ii) os demais países se obrigavam a manter paridades fixas de suas moedas em relação ao dólar.
O Sistema de Bretton Woods diferia, porém, do padrão ouro em três aspectos fundamentais: (i) o câmbio fixo era ajustável, sujeito à comprovação de um “desequilíbrio fundamental”; (ii) aceitavam-se controles a fim de limitar os fluxos internacionais de capital; e (iii) criava-se uma nova instituição, o Fundo Monetário Internacional (FMI), para (a) monitorar as políticas econômicas nacionais e (b) oferecer financiamento aos países com desequilíbrios temporários nos seus balanços de pagamentos.
Essas inovações correspondiam às preocupações principais que os formuladores de políticas tinham herdado das duas décadas entre as duas guerras mundiais. O câmbio ajustável era um instrumento para eliminar os deficits no balanço de pagamentos: uma alternativa aos dolorosos aumentos deflacionários nas taxas de redesconto. Os controles de capitais foram concebidos a fim de evitar a desestabilizadora volatilidade dos fluxos de capitais. E o FMI, dispondo de recursos financeiros, poderes de monitoração e uma cláusula de escassez de divisas, teria condições de (i) penalizar os governos responsáveis por políticas que desestabilizassem o sistema internacional; e (ii) compensar os países que fossem afetados negativamente.
Esses três elementos do sistema foram concebidos como mutuamente complementares. Taxas fixas, embora ajustáveis, seriam viabilizadas pelo controle dos fluxos de capitais. Os fundos do FMI