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Por Prof. Dr. Alberto Borges Matias e Adriel Martins de Freitas Branco
Desenvolvimento do Mercado de Capitais e a Expansão do Crédito
O
cenário recente de queda de juros na economia brasileira, envolto em taxas de juros reais negativas nas principais potências mundiais, é propício para investimentos em renda variável.
Com o excesso de liquidez no mundo, os fluxos de capitais buscam alternativas rentáveis de investimentos, principalmente em países emergentes, que possibilitam ganhos maiores – frutos de taxas positivas de juros e do crescimento da economia desses mesmos países.
Nesse ambiente econômico global, o Brasil destaca-se pela forte – e recente – expansão do crédito, um dos principais fatores que corroborou para o crescimento do país nos últimos anos.
A partir da evolução do PIB (Produto Interno Bruto) a valores correntes e do aumento na oferta de crédito (gráfico 1), é possível analisar o grau de correlação (dependência) entre estes indicadores econômicos: obtêm-se um indicador próximo a +1, representando uma alta correlação entre as duas séries de dados. Isso indica que o PIB tem uma forte dependência da oferta de crédito, já que não se pode inferir o inverso, pois o volume de crédito é influenciado diretamente pelas medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central (BC) e pelo governo.
IBEF NEWS ~ MAIO/JUNHO 2012
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Artigo INEPAD
1 – Concessão total de Crédito X Produto Interno Bruto (Bilhões
R$ ) – Inepad & BC
A expansão do crédito possibilitou o incremento da demanda, especialmente das classes C e D, que tiveram seu poder de consumo impulsionado. Estas mudanças se refletiram na demanda por produtos e serviços – por exemplo, no crescimento do setor varejista e de diversos outros setores –, além de seu reflexo na cotação das ações na bolsa de valores de empresas de setores beneficiados por este crescimento.
O interessante da congruência desses fatores internos e externos é que o Brasil possui,