Braverman
Outros sugerem que qualquer declínio nos níveis de qualificação em ocupações tradicionais do trabalho manual pode ser compensado pela emergência de novas qualificações nos trabalhos de alta tecnologia, de serviço e de escritório. As novas tecnologias, embora às vezes utilizadas de forma desqualificadora, podem também, segundo alguns analistas, produzir efeitos qualificadores (pelo menos potenciais). Esse tipo de crítica foi ampliado por estudos macroeconômicos da estrutura ocupacional dos EUA, que sustentam a não existência de uma tendência nítida no sentido do declínio da qualificação, no conjunto da economia. Feitas as contas, esses críticos pintam um retrato alternativo do desenvolvimento histórico da qualificação, o qual sugere que o trabalho não está sendo "degradado" de maneira simples, linear (11).
Uma crítica alternativa da desqualificação feita por Braverman concentra-se em seu próprio conceito de qualificação. Uma visão defende que mesmo trabalhos "desqualificados" nas linhas de montagem e em outras formas de trabalho degradado envolvem consideravelmente mais qualificação e knowhow do que admite Braverman. Outros argumentaram que ele adota um conceito de qualificação puramente individual, desconsiderando o fato de que o processo de trabalho contemporâneo torna a produção um empreendimento coletivo, no qual a qualificação é incorporada num trabalhador coletivo complexo (isto é, uma rede de trabalhadores qualificados interligados no seio de uma complexa divisão de