Brasileiros e brasileiras no exterior
Apresentação de dados recentes do Ministério das Relações Exteriores∗∗
Roberto Marinucci∗
Equipe CSEM
O Brasil, tradicional país de imigração, transformou-se, nas últimas décadas, num país de expulsão populacional. De acordo com Teresa Sales, em seu estudo sobre migração para os Estados Unidos, foi a partir da segunda metade dos anos 80 que se desencadearam os fluxos maciços da emigração brasileira para o exterior e, principalmente, para os EUA.1
Essas afirmações confirmam o World Economic and Social Survey – 2004 da ONU, o qual afirma que, desde o primeiro qüinqüênio dos anos 80, o Brasil começou a ter saldos migratórios constantemente negativos, sendo por isso, classificado atualmente como
“country of emigration”.2
Neide Patarra sublinha que, entre 1950 e 1980, de um ponto de vista demográfico, a população brasileira podia ser considerada uma população “fechada”, pois seu crescimento decorria da diferença entre nascimentos e óbitos, “sendo irrelevante, do ponto de vista quantitativo, o reduzido número de estrangeiros que adentraram o país depois da Segunda
Guerra, bem como também reduzido o número (sic) de brasileiros que se dirigiam a outros países”3. Essa situação modificou-se a partir da década de 1980.
No começo, a emigração brasileira foi caracterizada pelas seguintes tipologias: uma emigração limítrofe ou fronteiriça, com destaque pela emigração agrícola para o Paraguai, com o fenômeno dos assim chamados “brasiguaios”; uma forte emigração para os países do
Norte do mundo, sobretudo os Estados Unidos e, de forma menor, alguns países europeus; finalmente, merece destaque também a emigração dos dekasseguis para o Japão.
∗∗
Os dados foram repassados ao CSEM – Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios em março de 2008 pelo Departamento de Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores. Trata-se de dados estatísticos produzidos pelos Relatórios Consulares referentes aos anos de 2002 a