Brasil - a mistura que deu certo
O povo brasileiro, seja pelas circunstâncias, ou pela curiosidade de conhecer o novo, tem como característica, a migração. Não se deixa abater pela fome, ou pela falta de condições básicas de sobrevivência. Como cantou Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, “A seca terrível que tudo devora ai, lhe bota pra fora da terra natal”, a vinda para o Sul e Sudeste parece inevitável. Mas carrega consigo o amor pelas tradições, a comida, a música, e claro, as saudades dos seus conterrâneos. Todos os dias, milhares de pessoas vão e vem, não só do Nordeste, mas de todas as regiões do Brasil e do mundo.
Essa migração vem desde os primeiros momentos da história: os bandeirantes, vaqueiros, tropeiros. Escravos foram forçados a se deslocar do Nordeste para o Sudeste, europeus se difundiam pelo Sudeste e o Sul. A região Nordeste perdeu aproximadamente 13 milhões de nordestinos, fugindo da seca, e trazendo consigo apenas recordações. A principal característica do povo brasileiro é o descolamento, e não há obstáculo.
Talvez estivessem em busca do Paraíso, que, cada povo à sua maneira, buscava encontrar. Percorreram muitos caminhos, que contribuíram significativamente para o desenvolvimento do país, seja por meio de novos caminhos, seja pela gastronomia que já começava a despontar. As festas e comemorações também mostravam uma nova cultura surgindo, com elementos sertanejos.
O brasileiro absorve em sua cultura tudo que há de novo, a exemplo da Oktobesfest, uma festa tipicamente alemã, que tem uma festa grandiosa em Santa Catarina, e que graças à integração, aderem aos costumes de outras regiões, como o samba e o carnaval. Os japoneses, que antes só se casavam com pessoas da mesma etnia, hoje esquecem rapidamente de seu idioma. E assim vamos absorvendo costumes de povos que se encantam por nosso país e aqui ficam.
Isso é histórico. Desde os tempos do Brasil Colônia, os jesuítas adotaram atitudes de tolerância, claro com a intenção de catequizar os índios