Brasil, super potencia
Em contexto de juros baixos e expansão do mercado mundial, a economia brasileira expandiu-se fortemente nos anos 1969-1973 [“Milagre Econômico"], movimento sustido, por alguns anos, em plena crise mundial, pelo II Plano Nacional de Desenvolvimento de Geisel, de 1974. O surgimento de aglomerados monopólicos públicos e privados, incapazes de subsistirem explorando apenas o raquítico consumo interno e mercados exportadores tradicionais ensejou proposta de política que lhes abrisse áreas de atuação privilegiadas mundiais, na América do Sul e na África, sobretudo. Em 1974, iniciava-se a construção da Usina Itaipu, por consórcio dirigido pela Construtora Mendes Júnior, em condições desfavoráveis ao Paraguai, hoje questionadas pelo novo governo Fernando Lugo.
O esforço dos governos militares ensejou rica discussão sobre o eventual surgimento de capital e política imperialistas no Brasil. Na vanguarda desse debate posicionou-se o sociólogo marxista revolucionário Rui Mauro Marini [1932-1997], que propôs a categoria sub-imperialismo para designar um processo realizado por nação de capitalismo dinâmico, sob os limites impostos pelo capital monopólico mundial.
Objeto de viva polêmica, a proposta do caráter sub-imperialista do grande capital e da política exterior do Brasil conheceu acelerado declínio com o fim do nacional desenvolvimentismo autoritário e início da longa crise da economia nacional, a partir de inícios dos anos 1980, que produziu forte depressão da acumulação de capital pela burguesia brasileira, devido à fortíssima expropriação da economia nacional pelo capital financeiro mundial e ao processo de privatização do patrimônio público, em boa parte por grupos internacionais.
No contexto da frágil expansão econômica e das transformações ensejadas pela maré neoliberal de fins dos anos 1980, alguns núcleos de capitais monopólicos subsistentes sob o controle brasileiro aceleraram seu crescimento, sobretudo quando da mega-expansão