Brasil socialista
Márcio Mota Miranda*
“Democracies die behind closed doors”
Judge Damon J. Keith (EUA – ago 2002) "We cannot speak of democracy if we are not ready to play by its rules.
The main aspect of democracy is the right of people to change a government if they do not like it.”
Mohammad Khatami, Iran’s President ( ago 2002)
1. INTRODUÇÃO O presente trabalho não intenciona se aprofundar na discussão teórica sobre o significado de democracia, liberalismo e socialismo, e sim abordá-los sobre o enfoque de que mesmo doutrinas opostas, como as liberais e as socialistas, consideraram a democracia compatível com seus próprios princípios, ou seja, uma parte integrante do próprio credo. Segundo Norberto Bobbio, um liberalismo sem democracia não seria considerado hoje um verdadeiro liberalismo; e um socialismo sem democracia, um verdadeiro socialismo.
Dentro desse contexto, pretende-se recorrer ao conceito de representação política, a evolução histórica de seu princípio desde o Estado Medieval ao Estado Moderno ou Nacional, e assim entender as doutrinas políticas dominantes no tempo, o liberalismo de um lado e o socialismo do outro. Ao mesmo tempo, fica patente o desenvolvimento da democracia e da sociedade nos regimes representativos, em suas diversas direções, e o ideal democrático como elemento integrante e necessário, mas não constitutivo, no socialismo.
Por outro lado, mostra-se o significado que inovações tecnológicas e movimentos intelectuais tiveram para proporcionar profundas mudanças ocorridas no estamento social, econômico e institucional dos Estados. Como uma das conseqüências, vê-se o papel decisivo que as novas “classes” sociais (burgueses e trabalhadores) representaram, através do direito a representação, para a evolução política nos séculos XVIII, XIX e XX.
Nas considerações finais, apresenta-se o exemplo de dois Estados Nacionais, Estados Unidos (EUA) e