Brasil Pais de imigrantes
A história do povo brasileiro é uma história de migrações, da busca contínua pela conquista da sobrevivência. As migrações não ocorreram ou ocorrem por causa de guerras, mas pela inconstância dos ciclos econômicos e de uma economia planejada independentemente das necessidades da população. A Igreja procurou peregrinar com o seu povo, mas nem sempre conseguiu, quer por falta de quadros, quer pelas limitações de visão pastoral.
- ÍNDIOS E NEGROS
Os povos indígenas foram os primeiros brasileiros forçados à migração. Levados à força para o trabalho agrícola, foram privados de seu chão. Os índios que não fugiram para o interior, foram escravizados para plantar na terra que há pouco era sua.
Os bandeirantes são o maior símbolo do extermínio e escravização desses povos. Os imigrantes europeus, que receberam no Sul terras supostamente vazias, pois índio não era considerado gente, também combateram os indígenas.
A migração indígena continua, tanto pela invasão dos garimpeiros, como pela expansão da agro-indústria. Hoje se fixam nas beiras de estradas ou vivem favelados em zonas urbanas. De 5 milhões no século 16, hoje são 325 mil.
Não menos dura foi a sorte dos negros trazidos escravos para as plantações de cana-de-açúcar, para a mineração e os trabalhos domésticos. O negro perdeu o país, a tradição, a família, a língua e a religião. Felizmente, muitos deles conseguiram preservar suas tradições humanas e religiosas.
Quando a mão-de-obra escrava encontrou a oposição internacional, encontrou-se um meio mais econômico para as grandes fazendas de café: o imigrante europeu. Se o escravo negro precisava ser comprado, vestido, alimentado e ter moradia e amparo na velhice, o europeu era diarista: trabalhava por uma diária, o que era mais barato. Assim, após a Lei Áurea de 1888, muitos negros acabaram indo para as periferias urbanas.
Houve também negros que retornaram à África, uns 10 mil, onde constituíram bairros