Brasil na década de 40
BRASIL
Política interna
Em novembro de 1937, o presidente Getúlio Vargas dissolve o Congresso e as Assembléias Legislativas Estaduais, ordena o fechamento dos partidos, passa a perseguir seus opositores e outorga uma nova Constituição, instituindo o Estado Novo. Dois anos depois, cria o Departamento de Imprensa e Propaganda, órgão responsável pela censura aos meios de comunicação e pela propaganda oficial.
A despeito desse regime ditatorial, vigente até 1945, Vargas é um estadista hábil e carismático que governa com o apoio de amplos setores da sociedade, inclusive dos militares e em especial da classe trabalhadora, cujos sindicatos mantém atrelados ao Estado. Entretanto, ante a onda de redemocratização que varre o mundo ao final da Segunda Guerra Mundial, o Estado Novo torna-se politicamente insustentável e Vargas é deposto pelos chefes das Forças Armadas em 29 de outubro de 1945. Então, José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal, assume o governo interinamente.
O declínio da ditadura do Estado Novo, porém, é anterior à queda de Vargas. Desde o início de 1945, cedendo à pressão da sociedade civil organizada, o governo vinha liberalizando o regime. Assim, já havia abrandado a censura, concedido anistia ampla, permitido a criação de partidos políticos e marcado eleições para a presidência da República, o Congresso Nacional e alguns governos estaduais. Os partidos então fundados, como a União Democrática Nacional (UDN), o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), são os que participam das eleições de 2 de dezembro, nas quais também concorre o Partido Comunista Brasileiro (PCB), legalizado um mês antes. No pleito, o general Eurico Gaspar Dutra, candidato pela coligação PSD/PTB, se elege presidente da República.
Dutra toma posse em 31 de janeiro de 1946 e dois dias depois começa a funcionar a Assembléia Nacional Constituinte, para a qual foram eleitos 320 parlamentares, sendo 177 do PSD, 87 da UDN, 24 do