Brasil: distribuição de renda
A definição de pobreza não é uma questão simples, cada região tem suas peculiaridades que diferenciam a condição de pobreza derivadas da renda e custos de vida da população. “A pobreza refere-se a situações de carência em que os indivíduos não conseguem manter um padrão mínimo de vida condizente com as referências socialmente estabelecidas em cada contexto histórico... Há pobreza apenas na medida em que existem famílias vivendo com renda familiar per capita inferior ao nível mínimo necessário para que possam satisfazer suas necessidades mais básicas” (Barros, 2001, p. 2).
1.1. Um breve histórico
Durante a década de 1960, no governo do regime militar, iniciado em 1964, acentuou a concentração da renda no país, devido à mudança de foco da política econômica durante todo o período. Para Soares (2002, pg. 65), a concentração da renda se acentuou “baseada... na redução dos salários reais e na concessão de numerosos outros privilégios ao capital monopolista... em prejuízo das massas trabalhadoras”. Elevando, em 1972, pari-passo com o crescimento do produto do país, a concentração de renda a níveis “excepcionalmente dramáticos”.
Durante a década de 1970, em meio ao forte crescimento econômico (com taxas que superavam 10% a.a.), a luta dos trabalhadores, através do fortalecimento dos sindicatos e da classe operária, levou a recuperação do rendimento dos assalariados e uma pequena melhora na distribuição da renda, principalmente entre 1976 e 1980.
Já no início da década de 1980, com a desaceleração econômica e o aumento da inflação (processo denominado de estagflacionário), a concentração da renda voltou a se agravar. Contudo, o lançamento do Plano Cruzado, em 1986, gerou melhores expectativas na população, em virtude do crescimento econômico e redução da inflação verificados naquele período. Mas, como o efeito do Cruzado foi de curta duração, em 1987 o nível de pobreza se elevou, enquanto o