Brasil de todos os santos
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VAINFAS, Ronaldo; SOUZA, Juliana Beatriz de. Brasil de todos os santos. 2. Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2002.
Os autores Ronaldo Vainfas e Juliana de Souza retratam em sua obra “Brasil de todos os santos” a formação da religiosidade dos brasileiros e como o catolicismo desembarcou aqui com os portugueses passando a conviver com conceitos e ritos da fé indígena e africana, agora fazendo parte do cotidiano dos colonos. Quando os navegadores desembarcaram no Brasil trouxeram consigo a igreja e a tradição católica de Portugal. Entraram em cena os jesuítas com seus aldeamentos “[...] tratavam-se fundamentalmente de organizar os índios em aldeamentos, ensina-lhes a doutrina católica, extirpar-lhes os hábitos ofensivos a Deus e aos homens, a exemplo da nudez, da poligamia, da antropofagia”(p.12). O maior desejo dos portugueses era expandir a religião na América com uma missa realizada alguns dias depois da sua chegada e com os nomes que foram dados inicialmente à nova terra, Terra de Vera cruz, depois Terra de Santa Cruz e os nomes dados as vilas que foram fundadas, Salvador da Bahia, por exemplo. Segundo “[...] frei Vicente do Salvador, nosso primeiro historiador, explicaria que a Terra da vera e santa cruz ganhou o nome de Brasil por causa do pau de cor abrasada e vermelha e isto porque o Diabo, que perdera o controle sobre a velha cristandade europeia, acharia refúgio na América”(p.9). Os jesuítas incluiu nos seus aldeamentos uma forma de familiarizar a bíblia mexendo com a imaginação dos indígenas, através de dramatizações, comparações, e de sua principal arma, que foi a criação da língua geral para evangelização. Essa mistura resultou nas “Santidades” que mostra como rituais indígenas misturavam-se a conceitos da fé católica. Pregadores itinerantes como no caso do índio Antônio, que se autodenominava Tamandaré “ [...] afirmava ser também o verdadeiro papa, nomeava bispos e sacristãos [...]. A