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Tipos e padrões da arquitetura civil colonial – II
Publicado em 08/05/2011 | 1 Comentário
O SÍTIO BANDEIRISTA
O sítio bandeirista é um caso especial na arquitetura colonial do segundo século. Objeto de primoroso estudo de Luís Saia[1], e comentado por Michel Foucault[2], que destaca a singularidade do quarto de hóspedes dentro do corpo da construção, porém abrindo para o exterior, como um caso de heterotopia. O sítio bandeirista é um tipo de edifício dos mais interessantes, pois, em que pese a precariedade dos meios construtivos, tem um desenho clássico dos mais rigorosos, podendo mesmo ser comparado as plantas de Palladio. Os doze exemplares estudados por Saia em São Paulo e municípios vizinhos são considerados pelo autor como solução típica dos fazendeiros abastados da região. Guardam entre si características muito próprias e semelhanças que autorizam falar de um tipo arquitetônico. O Sítio do Padre Inácio e o Sítio do Mandu, em Cotia, e Sítio Querubim em São Roque são os melhores exemplos. Nos três temos, salvo variações, na parte frontal uma varanda, uma capela e o célebre quarto de hóspedes, que causou impressão a Foucault.
Sitio do Padre Inácio
A porta da frente não se abre para a parte principal da casa, onde a família vive, de modo que qualquer pessoa que passe por ali, qualquer viajante, tem o direito de abrir a porta, entrar no quarto e passar a noite ali. Agora, os quartos são dispostos de tal modo que as pessoas que lá ingressam, nunca atingem o coração da família: será apenas um viajante, jamais um hóspede verdadeiro. Este tipo de heterotopia, que hoje está quase completamente desaparecida de nossa civilização…[3]
A sala ocupa o lugar central e os quartos, a lateral. Nos fundos uma outra varanda, possivelmente uma área de