Brasil colonia-corte portuguesa
1808 = A Corte Portuguesa no Rio de Janeiro
Autor: Aníbal de Almeida Fernandes, Novembro, 2009.
1) Situação em Portugal: A Europa está devastada pelo furacão Napoleão que mexeu em todos os tronos europeus e, no fim de 1807, está chegando em Portugal. É a madrugada de 27/11/1807 e a corte, desesperada, se atropela com pressa e desordem no cais de Belém para embarcar, filhas sem pais, mulheres sem marido, pessoas da mais alta nobreza que esperam subir a bordo com a roupa do corpo e com pouco ou nenhum dinheiro. Mais de 700 carruagens trazem a família real e seus pertences, D. João chegou acompanhado de D. Pedro Carlos, infante de Espanha, primo de Carlota Joaquina, e tomam a nau capitânia Príncipe Real com 67 m. de comprimento que recebe mais de 1.000 passageiros e é a sala do trono flutuante da monarquia portuguesa, logo depois chegam Dona Carlota, D. Pedro, as infantas e o infante D. Miguel, e se dividem em 4 navios, por questão de segurança dinástica, D. Pedro e D. Miguel embarcam com o pai; dona Carlota e 4 filhas embarcam na fragata Alfonso de Albuquerque; espera-se a rainha, Dona Maria 1a, a Louca, com 73 anos que, aos urros entremeados de lamúrias e exclamações de Ai Jesus!, Ai Jesus!, recusa-se a embarcar, pois quer ficar com o povo e resistir e, finalmente, é carregada nos braços pelo comandante da frota real e embarca no Príncipe Real. As 2 princesas do meio embarcam na Rainha de Portugal enquanto a tia e a cunhada de D. João embarcam no Príncipe do Brasil. Trazem consigo, metade do tesouro português, algo em torno de 80 milhões de cruzados, a outra metade já fora quase toda gasta para comprar a neutralidade com a França de Napoleão, sequiosa dos tronos europeus, e o que resta em Lisboa, cerca de 10 milhões de cruzados, não dava para mover o reino e pagar as dívidas, o que fará o general francês Junot derreter toda a prataria das igrejas e palácios para pagar a manutenção das tropas de ocupação em Portugal, na guerra que se