bourdieu
BORDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo, Perspectiva, 1974
1-Sistema de Ensino e Sistema de Pensamento, pag. 203 a 229. Técnicas e ritos de ensino francês de filosofia são descritos por Claude Lévi-Strauss, onde se percebe que uma “descrição etnológica dos esquemas intelectuais e lingüísticos que o ensino francês transmite – de modo muito mais implícito que explícito- corresponde à descrição dos esquemas que guiam o pensamento e a conduta dos índios bororos no momento que constroem suas aldeias segundo uma distribuição tão formal e fictícia quanto a organização dualista dos exercícios de concurso para docentes universitários” (pag. 203-204). O etnólogo reconhece a função de tais esquemas, em sua condição de sujeito social, mantém uma familiaridade com sua cultura, por isso a dificuldade de esquematizar seus próprios pensamentos. Portanto cria-se uma dúvida: a forma como transmitidos e adquiridos os esquemas de pensamento e lingüística são operáveis apenas superficialmente em consciência não constituindo um caminho na sociologia do conhecimento (pag. 204 – 205).
1.1 Escola e integração cultural
Tanto Durkheim como outros autores destacam a “função de integração ‘moral’ da escola e relegam a segundo plano ou então nem levam em conta o que poderia chamar a “função de integração cultural (ou lógica) da instituição escolar”. (pg. 205) Apesar de considerar a aprendizagem escolar como um dos instrumentos mais eficazes da integração “moral”, das “sociedades diferenciadas”, não se perceba que a escola destina-se a uma função de integração lógica, se tornando cada vez mais completo e exclusivo a medida que seus conhecimentos progridem. Assim podemos dizer que os homens formados em uma determinada escola partilham o poder literário ou científico daquela escola. “No seio de uma cultura clássica, todos os homens possuem em comum um mesmo tesouro de admiração, de modelos, de regras e, sobretudo de exemplos,