BOURDIEU Pierre

BOURDIEU, Pierre. O mercado de bens simbólicos. In: _____. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1999. p.99-179.

Processo de autonomização
Autonomia x novas relações de poder
Sistema de bens simbólicos

Na Europa, a história da vida intelectual e artística se revela por meio da história das mudanças que ocorrem na função do sistema de produção de bens simbólicos. Essas transformações são correlatas à constituição de um campo intelectual e artístico, ou seja, à progressiva autonomia do sistema de produção, circulação e consumo de bens simbólicos (p.99).
Definição de Bourdieu:
“O sistema de produção e circulação de bens simbólicos define-se como o sistema de relações objetivas entre diferentes instâncias definidas pela função que cumprem na divisão do trabalho de produção, de reprodução e de difusão de bens simbólicos” (p.105).
O campo intelectual e artístico se constitui à medida que se define sua oposição aos campos econômico, político e religioso. Os diferentes grupos de intelectuais e artistas assumem funções específicas, de acordo com a posição que cada um ocupa nesse sistema relativamente autônomo. Essas funções acabam se tornando “o princípio unificador e gerador dos diferentes sistemas de tomada de posição culturais e, também, o princípio de sua transformação no curso do tempo” (p.99).
Motivos, elencados por Bourdieu, que levaram à autonomia em relação a instâncias externas ao sistema:
a. constituição de um público de consumidores socialmente mais diversificado;
b. constituição de um corpo crescente de produtores e empresários de bens simbólicos;
c. crescimento e diversificação das instâncias de legitimação (exemplo: academias e museus. Bourdieu ressalta que, no século XVIII, com o fim da corte e da arte cortesão, os aristocratas adota modelos de pensamento e concepções artísticas da intelligentsia burguesa) e difusão (editoras, direções de teatros, por exemplo, embora essas continuem submetidas a instâncias políticas e econômicas que