BOURDIER: Renato Ortiz (org.). A ECONOMIA DAS TROCAS LINGUÍSTICAS.

353 palavras 2 páginas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
TEORIA ANTROPOLÓGICA CLÁSSICA

BOURDIER: Renato Ortiz (org.). A ECONOMIA DAS TROCAS LINGÜÍSTICAS.
Professor: Peter Schröder
Aluno: Levi Cavalcanti
A idéia central do texto de Bourdier é analisar aspectos relacionados à linguagem como um produto das relações sociais, que a condicionam e é condicionada por elas, a partir de um arcabouço teórico exposto por intermédio de metáforas construídas pela derivação do “campo econômico”. Com atributos que denominam os fenômenos da interação com termos como “lucro”, “capital linguístico”, “mercado linguístico”, “aceitabilidade” (que lembra a aceitação de um produto pelo mercado) Bourdier consegue mostrar que a linguagem é um sistema de apostas que se faz no intuito de receber dividendos a partir da comunicação, que requer a apreensão dos dizeres que nos fazem interagir, e que o “mercado das falas” consagra modelos de hierarquias sociais. Como ele diz: “O que orienta as estratégias lingüísticas do locutor (…) não são tanto, salvo exceção, as chances de ser ouvido (…), mas de ser compreendido, acreditado, obedecido, nem que seja ao preço de um mal-entendido”. (pp. 156-157 – grifos meus).
Eu aprendi com o texto que ser um falante culto não requer o que os lingüistas recomendam (dominar variantes lingüísticas e empregá-las nos momentos certos, “adequados”), mas requer sim que entendamos que a linguagem é um capital simbólico, que institui seu preço no momento em que a interação ocorre, e nunca seus valores são previamente determinados. Não é preciso aprender previamente as linguagens dos grupos sociais, posto que esta linguagem se modifique, e intersecciona com o universo simbólico lingüístico que não possui fronteiras rígidas. Mas, entretanto, a competência lingüística determina a posição em que os agentes sociais ocupam em sociedade, porque não se consegue dissociar o locutor da estrutura social, se há uma

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