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“O olhar está enraizado na corporeidade, enquanto sensibilidade e enquanto motricidade” (p. 66)
“Há um ver-por-ver (receptivo), sem o ato intencional do olhar; e há um ver como resultado obtido a partir de um olhar ativo.” (p. 66)
“Os olhos recebem passivamente, com prazer ou desprazer, contanto que estejam abertos, verdadeiras sarabandas de figuras, formas, cores, nuvens de átomos luminosos que se ofertam, em danças e volteios vertiginosos, aos sentidos do homem. E o efeito desse encontro deslumbrante pode ter um nome: conhecimento.” (p. 67)
“De todos os objetos existe o que nós chamamos simulacros: espécies de membranas leves destacadas da superfície dos corpos, e que volteiam em todos os sentidos pelos ares. E tanto na vigília como no sonho são as mesmas imagens cuja aparição vem lançar o terror em nossos espíritos” LUCRÉCIO. De rerum natura (IV, 32,41)
“é nas imagens que parece residir o princípio da visão, e sem elas nenhum objeto nos pode aparecer” LUCRÉCIO. De rerum natura (IV, 237-38)
“O olho, único sentido capaz de reconhecer a aparência da matéria, já não consegue ver a sua estrutura. Precisa imaginá-la.” (p. 68)
“Em vez de milhões de partículas mutantes, um Ser primordial, que a tudo precede e a tudo transcende, Uno-Todo. Essa unidade, difícil de apreender na sarabanda dos fenômenos, poderá ser conhecida pela experiência interior. É a mente que se espelha e se confirma na sua eterna identidade consigo mesma.” (pp. 68-69)
“Transcender o olho físico é ter acesso a um mundo que desconhece a lei da morte”
(p. 69)
“Quem lembra, enquanto lembra, está triunfando sobre a morte.” (p. 69)
“‘Quem me vê, vê o Pai’, é a palavra de Cristo ao deixar patente, pela sua imagem visível, corpórea e humana, a identidade do Filho do Homem e de Deus Pai. Identidade é a palavra.” (p. 71)
“Não é um conhecimento de simulacros ou de emanações desprendidas dos corpos. Tampouco é um conhecimento de